Endividamento: cuidados ao gastar
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  • Foto do escritorSilvio Bianchi

Endividamento: cuidados ao gastar

Atualizado: 12 de nov. de 2021

A expressão “cuidados ao gastar” imediatamente se associa com um “não pode”. Este artigo vai mostrar que sim é possível gastar, mas sem se endividar!


imagem: pixabay


Fique em casa; gaste menos; se sair de casa, mesmo dentro de um prédio, use máscara; se puder, trabalhe em casa; se trabalhar em casa, não trabalhe o dia todo; controle a quantidade de comida ingerida; beba água; não beba muito álcool... Durante a pandemia, a lista de “faça ou não faça” ficou infindável!


Neste contexto, as compras na internet, pelo telefone, delivery e aplicativos aumentaram em forma exponencial. Muitos ficaram com bastante tempo ocioso por falta de opções; outros, no entanto, ficaram com menos tempo disponível, pois o home office se adicionou às responsabilidades dentro de casa. O “eu mereço” justificou certas compras mais do que o habitual, somando-se às populares justificativas “eu quero” e “eu quero já”.


Desejo – Urgência – Justificativa. Esse é o processo de compra mais comum neste tempo pós-moderno, online e com pandemia.


A compra de produtos e serviços tem sido utilizada como compensadora e/ou redutora da dor de ficar sem sair de casa. Porém, essa compra também se vale de certos instrumentos que facilitam o processo, estimulando o impulso e reduzindo a dor na hora de pagar. Aí é que fica o perigo!


Um Conto sobre Conta$

Chico e Júlia (nomes fictícios), casados há 15 anos, têm dois filhos de 8 e 11 anos de idade. Os dois são profissionais universitários, com cursos de pós-graduação, que trabalham em empresas grandes, ocupando cargos de responsabilidade. A soma dos seus salários garante um bom passar para a família.


Desde o início da pandemia ambos começaram a trabalhar em home office e seus filhos passaram a estudar em casa. Por causa do distanciamento social, a pessoa que colaboraba com eles no cuidado da casa passou a ir duas vezes por semana. Portanto, às responsabilidades do trabalho e do cuidado dos filhos se somou a supervisão dos seus estudos e a organização da casa.


Aumento da banda larga (para suportar às crianças estudando, eles trabalhando e o streaming de filmes e seriados), compra de comidas preparadas, compra de comidas por aplicativos, compras online de produtos, maior consumo de energia elétrica, compras pensando no fim da pandemia (férias com a família),... . Tudo pago no cartão de crédito e com o vale refeição/alimentação.


Passados 4 meses, o limite dos cartões estourou, precisaram parcelar duas faturas e atrasaram o pagamento de uma mensalidade da escola das crianças.


O perigo mora no...

A Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) de março de 2021[1], mostra que, com relação ao mês de dezembro/2020, o aumento no número de famílias endividadas, com renda superior a 10 salários mínimos, foi mais de 4 (quatro) vezes maior do que das famílias com renda inferior a 10 salários mínimos.

Fonte: PEIC mar-21


Se avaliarmos o tipo de dívida por faixa salarial, estas são as principais:

Fonte: PEIC mar-21


Se percebe que, para as famílias com renda superior a 10 salários mínimos, os principais vilões são: cartão de crédito, financiamento de carro e financiamento de casa, seguidos pelos carnês, crédito pessoal e cheque especial.


Portanto, o perigo mora no ... crédito! O crédito, em todas suas variantes, é a maior armadilha na hora de pagar.


Na matéria “Parcelar ou comprar à vista?”, publicada no Blog do BEM aprofundamos bastante neste tema. Fazendo referência aos gastos, Edward Claudio Junior, também escreveu o artigo “O 5G do BEM Financeiro, afinal o que é isto?”. Sugiro que visite o blog, seguindo o link das matérias.


Cuidados ao gastar para não se endividar

- Saiba quanto recebe, líquido. Na hora de fazer as contas, muitas pessoas consideram seus rendimentos brutos. Para calcular seus rendimentos, aplique todos os descontos, inclusive àqueles que pagará depois e se baseiam nesse salário.


- Se você for assalariado, não esqueça o IRPF. Muitas empresas, para “facilitar” a vida dos seus colaboradores, não fazem a retenção de 100% do imposto. Depois, na hora de fazer o ajuste anual, a surpresa do que deverá ser pago deixa a pessoa com o coração acelerado e muitas noites em branco. Mande essas emoções embora! Se a empresa não realizar a retenção de 100% do seu IRPF, separe a diferença e coloque ela numa conta separada, se possível, que renda uma taxa de juros. Na hora de fazer o ajuste, a surpresa somente será boa.


- Você é empreendedor? Geralmente, o empreendedor é o último a receber e o primeiro a ter um desconto no seu pró-labore se o dinheiro não alcançar. Portanto, crie uma reserva para compensar essas possíveis flutuações. Aliás, é o mesmo que você deve fazer para estabilizar o fluxo de caixa da empresa para não ter que recorrer ao crédito em todo momento.


- Saiba em que gasta. Conheça, até o último detalhe, para aonde seu dinheiro vai. A melhor forma de poder controlar suas despesas é conhecer quais são e quanto gasta com cada uma.


- Organize suas despesas. Já sabe de quanto dispõe cada mês e, também, sabe em que gasta. Chegou o momento de priorizar esses gastos e fazer que o total das despesas não ultrapasse os rendimentos do mês. Ah! Na organização das despesas deve incluir as parcelas de financiamentos e compras anteriores.


- Cuidado com as parcelas! Crédito é anestésico, anestésico tira a dor e pagamento sem dor não ajuda a cuidar do orçamento. A pesquisa do CNC que já citamos (PEIC mar-21) mostra que, em média, 20% das famílias endividadas tem comprometida mais de 50% da sua renda mensal com dívidas.


- Seja estrito com seu planejamento. De nada serve deixar os planos no papel. Uma vez que fechou o plano, entre em ação e dê seu melhor para cumprir suas metas.


- Envolva a família. Contra um adversário como o endividamento, e muito mais fácil jogar em equipe. Fale com sua família, planejem juntos e coloque o time no campo para ganhar!


Se sente que precisa de ajuda para mudar de hábitos e cuidar melhor dos seus rendimentos, o BEM Financeiro criou o programa BEM Agora – Transformação para lhe apoiar neste processo.


GASTE MENOS DO QUE RECEBE – PLANEJE SEUS GASTOS – CONSUMA FELIZ Seu BEM é o nosso plano!


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Silvio Bianchi é Pós-graduado em Educação e Coaching Financeiro, Contador Público, Master Coach, Coach Financeiro, Treinador e Palestrante. Cofundador de Bem Financeiro – Desenvolvimento em Finanças, responsável pelo escritório em São José dos Campos


[1] CNC - Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (março-2021).

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