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  • Foto do escritorSilvio Bianchi

Aguardar... Aguardar... Até quando?

Atualizado: 4 de ago. de 2022

“Na próxima segunda-feira eu vou começar com ...”; “Estou pensando em fazer algo diferente, mas ...”; “Eu fiz várias tentativas e não deram certo, vamos aguardar até o início do próximo ano e ...” ou “Poupar... somente quando meu chefe autorizar esse ajuste no meu salário”.


Adiar a ação até uma outra oportunidade, ou deixar para os outros a responsabilidade de fazer o que nós devemos fazer, são as desculpas mais comuns para deixar tudo do mesmo jeito, não fazer nada e ... poder se lamentar do injusta que a vida é.


A história de Friziléia

Friziléia[1] é uma mulher comum que se casou por pressão da sociedade e se tornou uma dona de casa. Cansada da rotina e das obrigações de ser esposa, mãe, irmã, nora e mulher, ela fica à beira de um ataque de nervos.


Esgotada de ser explorada por todos e para chamar atenção para sua condição de vítima, começa a pensar em inúmeras formas, cruéis e dolorosas, de cometer suicídio. Após analisar muitas opções decidiu-se pela pior, um suicídio em dose homeopática ... NÃO FAZER NADA, DEIXAR TUDO DO MESMO JEITO! Imagina pior suicídio?


Por que deixamos para depois?

Resistência às mudanças. Sair da rotina implica se enfrentar a coisas novas. Para o nosso cérebro, ainda preparado para morar na época das cavernas, as mudanças “cruas e nuas” nos tiram da zona conhecida e representam risco de morte.


Não ter objetivos claros. Se sentir desconfortável ajuda a identificar o que quer deixar para atrás, mas não resulta o melhor estímulo para entrar em ação. Na maioria das vezes, o desconforto precisa alcançar níveis elevados para estimular a ação. Pensou no “suicídio homeopático”?


Priorizar o agora. Nosso cérebro prioriza o que é fundamental à nossa sobrevivência no curto prazo, deixando para depois aquilo que não considera urgente. Friziléia corria para atender as demandas dos filhos e do marido, as pressões da sogra, a limpeza da casa, e deixava “para depois” resolver a situação que tanto a incomodava.


Crenças. Friziléia acreditava que ela tinha o que merecia e que não tinha recursos (emocionais, conhecimento, dinheiro) para fazer nada de forma diferente. Agradar aos demais era a sua sina. Nessa condição, como fazer diferente?


Fazer o que a maioria faz. A sogra de Friziléia sempre repetia que as “esposas boas” cuidavam do seu marido, dos seus filhos, da casa e, no tempo livre, pensavam como fazer eles mais felizes. Se isso é o que fazem as esposas boas, e ela devia ser uma delas, por que fazer diferente?


Todos esses fatores contribuíram para que Friziléia vivesse num ambiente inóspito, onde ela precisava “sobreviver” cada momento. Nesse contexto, ela precisava acertar o que era imediato, sem medir muito as consequências com relação à sua situação, seus sonhos, seus desejos.


Como fazer para entrar em ação?


1) O que você quer? Saber o que deseja atingir (o que, quanto, quando, como, por que) é o início e o norte do caminho. Ajuda a priorizar ações, a sair do agora e a pensar no futuro. Tem mais de um objetivo, priorize eles!


2) Separe o presente do futuro. Após definir seus objetivos, avalie com detalhe a situação atual. O que realmente está acontecendo? Quais são seus recursos (emocionais, financeiros, conhecimentos, contatos etc.). Quais coisas/situações deseja mudar? Por que mudar?


3) Conhecidos e priorizados seus objetivos, sua situação atual e seus recursos, faça um plano para atingi-los. Para ser atingido, cada objetivo precisa de um plano e conhecer quais recursos serão necessários (conhecimentos, recursos financeiros e emocionais, tempo).


4) Entre em ação. Lembre-se que todo se inicia com o primeiro passo. Não pretenda atingir nada de um salto. Pequenos passos são mais seguros e geram sensação de estar no controle. Foque no objetivo mais próximo, mas não se esqueça dos seguintes.


Tendemos a resolver nosso agora, deixando “para depois” (protelando) as ações que irão nos levar a atingir nossos sonhos e anseios, nossos objetivos. Reconhecer esses sonhos, identificar onde estamos, planejar como atingi-los, nos permite colocar emoções positivas neles, ou seja, os pintamos com nossas cores e informamos ao nosso cérebro que também existem coisas importantes além do curto prazo.


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Silvio Bianchi é Contador Público, Pós-graduado em Educação e Coaching Financeiro, Master Coach, Coach Executivo e de Carreira, Coach Financeiro, Treinador e Palestrante. Cofundador de Bem Financeiro – Desenvolvimento em Finanças, é responsável pelo escritório em São José dos Campos (SP).

[1] É o nome de uma personagem interpretado pela atriz Elizabeth Savalla. O título da obra é: FRIZILÉIA - Uma esposa à beira de um ataque de nervos. Neste monólogo, a atriz Elizabeth Savalla conta a história de uma mulher que se casou por pressão da sociedade e virou “mulher do lar”. Infeliz com seu casamento ela decide suicidar-se. Porém, finalmente, sai da letargia, entra em ação e realiza seu sonho!

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