É muito comum receber perguntas sobre “qual é o melhor investimento para guardar o meu dinheiro”? E para responder, faço duas perguntas:
- Qual o objetivo que pretende realizar?
- Qual é o prazo que o dinheiro ficará investido para conquistar o objetivo?
Temos investimentos que são apropriados para o curto prazo, outros para o médio e outros para o longo prazo. O curto prazo, significa até um ano. O médio, entre 1 e 5 anos e o longo, acima de 5 anos. É importante ter este horizonte do tempo que o dinheiro ficará investido, para escolher dentre as diversas opções, quais investimentos se adequam a este prazo.
Outra questão relevante é conhecer o seu perfil de investidor: conservador, moderado ou arrojado.
Depois de definir estas informações, pesquisar e comparar será essencial para escolher bem os investimentos. Verifique a rentabilidade dos investimentos nos últimos 12 meses e compare com um índice de inflação para saber se rendeu acima ou abaixo deste índice. Se rendeu abaixo significa que a rentabilidade real foi negativa (quando não mantém o poder de compra do dinheiro).
Abaixo destacamos alguns investimentos que são apropriados conforme o prazo:
1 - Por exemplo, para um investimento com o objetivo de manter uma reserva financeira que pode ser utilizada a qualquer momento ou algum propósito para até 12 meses, temos as seguintes opções:
- Caderneta de Poupança, que rende 70% da taxa Selic, que hoje (junho/21) está em 3,5% ao ano. Não tem tributação de imposto de renda e possui o FGC (Fundo Garantido de Crédito). Que garante ao investidor até R$ 250.000,00 no caso de falência da Instituição Financeira.
- Tesouro Direto Selic, que rende 100% da taxa Selic, mas é tributado o Imposto de Renda, sobre a rentabilidade apenas. Não possui o FGC, mas mesmo assim, é um dos investimentos com menor risco no mercado. Pode receber aportes mensais baixos, hoje em torno de R$ 32,00 a R$ 110,00.
- CDB (Certificado de Depósito Bancário), tem rentabilidades que variam entre as instituições financeiras, vale a pesquisa. A rentabilidade pode ser diária e a tributação do imposto de renda apenas sobre o que render. Possui o FGC (Fundo Garantidor de Crédito). Geralmente a rentabilidade é baseada num percentual da Taxa DI. Para os primeiros 30 dias de aplicação, no caso de saque, sofre a tributação do IOF (Imposto sobre operações financeiras). Conforme o CDB, as aplicações mínimas geralmente são de R$ 1.000,00.
2 – Para um investimento de médio prazo (de 1 a 5 anos) algumas opções são:
- CDB (Certificado de Depósito Bancário), também atende a este prazo e geralmente possuem rentabilidades maiores para um horizonte de tempo definido, acima de dois anos.
- LCI (Letra Crédito Imobiliário), tem isenção de imposto de renda e possui FGC. O prazo de resgate para as melhores rentabilidades fica em 2 ou 3 anos. Tem prazos menores, porém com menores rentabilidades. Aplicações mínimas geralmente são valores um pouco maiores, mas varia de instituição para instituição.
- LCA (Letra Crédito Agronegócio), tem isenção de imposto de renda e possui FGC. O prazo de resgate para as melhores rentabilidades fica em 2 ou 3 anos. Tem prazos menores, porém com menores rentabilidades. Aplicações mínimas geralmente são valores um pouco maiores, mas varia de instituição para instituição.
- Fundo de Investimento, é um tipo de aplicação financeira, composta pela união de vários investidores, que juntos realizam um investimento financeiro. São constituídos conforme um condomínio, visando um retorno, dividindo as receitas geradas e as despesas para a gestão do fundo. Tem a tributação do Imposto de Renda, possui uma taxa de administração e em alguns casos uma taxa de performance (que só é cobrada em caso do fundo obter uma rentabilidade superior a um determinado índice estabelecido). Fundos de Renda Fixa são mais conservadores, Fundos Multimercado tem risco maior que o de renda fixa para um perfil moderado e Fundos de Ações possuem mais risco e são para um perfil mais arrojado. Não possui a garantia do FGC.
3 – Para um investimento de longo prazo (acima de 5 anos) algumas opções são:
- Ações: lembrar que ações você tem a expectativa de ter uma rentabilidade bem interessante e maior que os investimentos acima, porém pode também ter prejuízo (retirar menos do que investiu) se precisar vender as ações em momentos de baixa do mercado.
- Fundos Imobiliários: é uma espécie de condomínio de investidores que se reúnem para fazer diversas aplicações no setor: construção de shopping centers, compra e venda de edifícios comerciais, arrendamento de galpões ou compra de títulos ou certificados de dívidas ligadas a créditos imobiliários. É muito mais ágil que comprar um imóvel para locação e o investidor pode receber um valor mensal com rendimentos livres de IR. É uma oportunidade de geração de renda com maior liquidez, porque negociar as cotas no mercado secundário é mais rápido e prático que vender uma casa ou apartamento.
- Previdência Privada: ficar atento as taxas deste investimento (taxa de carregamento, taxa de administração e taxa de saída). Faça sempre comparações entre as opções de mercado e avalie o histórico de rentabilidade conquistadas nos últimos 12 e 24 meses. Lembrando que para qualquer investimento, rentabilidade passada não garante rentabilidade no futuro, mas é um indicador de como foi o passado recente do investimento.
Os principais tipos de Previdência são: PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) e VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre):
PGBL : indicada para as pessoas que fazem o Imposto de Renda Anual na Declaração Completa, pois podem abater até 12% da renda anual do imposto à pagar, ou ter uma restituição maior, conforme o caso. Mas no momento do resgate, o imposto de renda vai incidir sobre o total, o que foi aplicado e sobre o que rendeu durante o prazo.
VGBL : indicada para as pessoas que fazem o Imposto de Renda Anual na Declaração Simplificada ou não declaram, pois não podem abater até 12% da renda anual do imposto. Mas no momento do resgate, o imposto de renda vai incidir apenas sobre o rendimento conquistado durante o prazo.
Observação 1: Na questão dos Fundos, CDBs e Tesouro Direto, ficar atento aos prazos de retiradas devido a tributação do Imposto de Renda:
- de 0 a 6 meses de aplicação: IR de 22,5% sobre a rentabilidade.
- de 6 a 12 meses de aplicação: IR de 20% sobre a rentabilidade.
- de 1 a 2 anos de aplicação: IR de 17,5% sobre a rentabilidade.
- acima de 2 anos: IR de 15% sobre a rentabilidade.
Saques efetuados a poucos dias dos prazos acima, incorrem no pagamento de IR com alíquota maior, diminuindo a rentabilidade do investimento.
Observação 2: Oriento a pesquisar algumas corretoras de valores para ter maiores informações e servem como uma excelente opção para investimentos diversificados e com rentabilidades maiores que nos Bancos, geralmente. Nestes casos, sugiro escolher, para iniciar, investimentos que possuem a garantia do FGC.
Não tenho a pretensão de aprofundar sobre os investimentos, um tema que tem muitos desdobramentos. Mas a função deste artigo a ajudá-lo(a) a ter as primeiras informações que serão úteis nas escolhas e incentivar a cada vez mais buscar conhecimento e assim realizar os seus sonhos e objetivos com maior assertividade.
O seu BEM é o nosso plano. E queremos que você realize todos os seus sonhos e propósitos.
Edward Claudio Jr - Cofundador do BEM Financeiro
www.bemfinanceiro.com.br/blog
Comments