O VALOR DO DINHEIRO – Seus filhos, pagam suas contas?
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  • Foto do escritorSilvio Bianchi

O VALOR DO DINHEIRO – Seus filhos, pagam suas contas?

Atualizado: 24 de nov. de 2021

Como ensinar uma criança “o valor das coisas” dentre elas o dinheiro? O debate é extenso, assim como as formas criadas por muitos pais para alcançar este objetivo. Hoje vamos abordar um novo capítulo do Conto$ sobre Conta$, analisando um vídeo do Tik Tok.



imagem: jcomp (https://br.freepik.com)


Na época do “eu quero – eu quero já – eu mereço”, os pais enfrentam grandes desafios para ensinar aos seus filhos o valor do dinheiro, que o cartão de crédito não é “lâmpada de Aladim” e que, da mesma forma, o caixa eletrônico não é uma “caixa mágica” que cospe dinheiro se você inserir um cartão e digitar uma senha.


O vídeo no Tik Tok de Felicia Farley (@feliciaraefarley) No vídeo (em inglês) Felicia conta que ela cobra da sua filha de 7 anos uma taxa mensal pelas suas “despesas” dentro do lar: alimentação, água, eletricidade, internet e aluguel.


Para ganhar seu dinheiro, a menina tem que cumprir uma série de responsabilidades durante a semana (tarefas adequadas à sua idade) e, no final da semana, recebe o equivalente a R$40,00. Ela paga, aproximadamente R$30,00 por seus consumos e sobram R$10,00 para ela gastar no que quiser ou guardar.


A mãe abriu uma conta poupança, no nome da criança, onde deposita o valor que a menina paga todos os meses. A criança terá acesso à conta quando completar 18 anos.


Felicia acredita que isto ajudará à filha a conhecer o valor do dinheiro e, ainda, ao completar 18 anos terá um interessante montante à disposição, resultado do seu trabalho.


Vantagens e desvantagens desta proposta Os desafios das famílias de hoje para oferecer educação financeira aos seus filhos são muitos, começando, na maioria dos casos, pelo próprio analfabetismo financeiro.


Poucas pessoas tiveram a possibilidade de receber uma educação financeira formal na infância. Portanto, no esforço de dar aos seus filhos algo que eles não receberam, o viés ‘adulto’ na gestão dos recursos predomina.


Pontos positivos - A criança, provavelmente, vai desenvolver um maior senso de responsabilidade do que outras na mesma idade, devido a que deve ganhar seu dinheiro para poder pagar suas despesas. Se não trabalhar, não recebe.

- Provavelmente, será uma criança mais organizada e metódica, porque ao ter que fazer essas tarefas domésticas ela vai aprender a importância de criar processos para cumprir suas obrigações com menos esforço.

- A criança vai aprender que fazer as coisas para receber uma compensação demanda esforço.


Pontos negativos - Criança não deveria trabalhar para ganhar seu sustento. Existem outras formas de colaborar com o orçamento familiar, por exemplo, ajudando a evitar o desperdiço no uso de água, luz, alimentos, materiais escolares ou cuidando mais das roupas, sapatos, uniforme escolar etc.

- Criança não deve receber por fazer tarefa doméstica. Ao arrumar o quarto ou a cama, a criança está colaborando com o grupo social ao qual pertence. Assim como os pais pagam seus estudos, plano de saúde etc., a criança pode retribuir ajudando noutras tarefas que se adequem à sua idade (ajudar a limpar um banheiro, ficando responsável por secar o que um adulto lavou, ou, também, secar a louça que um adulto lavou, dentre muitas coisas).

- Receber pelas tarefas dentro de casa, também poderá reduzir sua capacidade de solidariedade na idade adulta. Por que fazer alguma coisa que não ofereça um retorno financeiro ou algum benefício material?

- A infância é uma etapa da vida destinada a aprender, brincar e aprender brincando. A responsabilidade de se sustentar e sustentar sua família é para os adultos.


O que fazer para educar financeiramente seus filhos? - Eduque-se financeiramente. Para poder ensinar é preciso conhecer o tema. A maioria dos adultos nunca teve uma educação financeira formal, mas nunca é tarde para começar! O BEM Financeiro criou o programa BEM Agora Transformação para ajudar os adultos a incorporarem hábitos sustentáveis na gestão dos seus recursos, dentre eles o dinheiro.

- Seja o modelo dos seus filhos. Os filhos se espelham nos pais! Portanto, suas atitudes com relação ao cuidado dos seus recursos, o consumo consciente, a poupar (gastar menos), a investir, a planejar seu orçamento, serão básicas para que seu filho aprenda a gerir seus próprios recursos.

- Antes de sair de casa, combine com seus filhos o que podem pedir. Assim como a tela da TV está repleta de tentações, o mundo ‘fora casa’ potencializa essas ofertas. Combinar os limites antes de sair de casa vai ajudar a evitar desgastes e constrangimento, garantindo que a saída de casa seja para qualquer situação será leve e prazerosa.

- A partir dos 7 anos a criança pode começar a receber semanada ou mesada. É um valor que ficará à disposição da criança para fazer o que ela quiser. A regra básica é: gastou o valor recebido antes? Terá que aguardar até receber novamente na data previamente combinada. O montante da mesada, dependerá da situação financeira de cada família. Mas, vale lembrar que é para despesas pessoais da criança.

- Mesada não é salário, nem compensação por fazer as coisas em casa ou pelo bom desempenho escolar. A mesada é um valor entregue à criança para que ela administre e, com os erros, principalmente, ela aprenderá, aos poucos, a gerir essa quantidade recebida para cumprir seus desejos. Não é remuneração nem premiação.

- Vale a pena estimular as crianças a gastarem uma parte da sua mesada nos seus desejos corriqueiros e guardar outra parte para realizar desejos que demandam mais recursos. É uma boa forma para a criança aprender a guardar e dar mais valor ao seu dinheiro.

- Os objetivos/desejos da criança, que serão conquistados com o que ela guarda, são da sua exclusiva responsabilidade, mas sob a orientação de um adulto. Isso significa que os adultos que as rodeiam não deverão interferir presenteando-as com um valor que ainda não foi poupado nem, pior ainda, presenteando-as com aquilo que desejam e para o qual estão guardando dinheiro.


A lista de indicações é muito grande, mas o objetivo desta matéria é destacar que por mais bem intencionada que seja a ideia desta mãe, existem outras formas mais lúdicas e menos adultas para que as crianças e jovens aprendam a valorar o dinheiro.


No blog do BEM temos arquivado o vídeo de uma matéria desenvolvida pela TV Vanguarda (São José dos Campos e Vale do Paraíba – SP): “Dicas para transformar seu filho num consumidor consciente”.

--- Silvio Bianchi é Pós-graduado em Educação e Coaching Financeiro, Master Coach, Coach Financeiro, Treinador e Palestrante. Cofundador de BEM Financeiro – Desenvolvimento em Finanças, responsável pelo escritório em São José dos Campos – SP.

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