Por Silvio Bianchi
Durante a sessão de orientação financeira, muitos clientes declaram haver juntado uma bonita quantia e... em um “abrir e fechar de olhos”, esse dinheiro sumiu! As pessoas ficam com muita tristeza e raiva por causa desse “sumiço”. Mas, o que aconteceu?

“Somos a raposa cuidando do nosso galinheiro financeiro”[1]
Dan Ariely, um psicólogo americano, especializado em finanças comportamentais, utiliza esta analogia para nos alertar sobre os cuidados que devemos tomar quando guardamos dinheiro. E tudo tem a ver com o nosso comportamento e com o nosso cérebro!
O objetivo de termos um cérebro é a nossa sobrevivência. Portanto, ele está focado em resolver nossos problemas agora (curtíssimo e curto prazo). Assim, acontece que guardamos dinheiro e, num certo momento, percebemos que, sem saber bem por que, essa reserva está quase zerada.
Situações imprevistas, uma doença de um familiar direto ou de um animal de estimação, um reparo emergencial, um “desejo muito forte”, muitas compras parceladas que fazem que o rendimento mensal seja insuficiente para pagar todas as contas, são as justificativas mais comuns para essa reserva desaparecer.
Somos a raposa cuidando do nosso galinheiro financeiro? SIM! Porque, quase sempre, construímos nosso galinheiro financeiro (criamos reservas), mas deixamos a porta aberta! Aí, entra a raposa (nós mesmos!) e faz a festa!
Como proteger o dinheiro que guardamos, de nós mesmos?
Para proteger nossas galinhas das ameaças externas (predadores), devemos criar barreiras que impeçam que sejam atacadas. Quais barreiras deveríamos criar para não atacarmos nossas reservas a qualquer momento?
Mantenha o dinheiro poupado numa conta separada da conta corrente onde recebe seus rendimentos e paga suas despesas. O ideal seria manter suas reservas em um banco diferente!
Crie diferentes reservas. Após definir seus objetivos, crie reservas específicas para cada objetivo. Por exemplo, para trocar o telefone, para comprar um eletrodoméstico, para uma viagem, para a escola dos filhos etc.
Carimbe cada reserva. Isso significa, “dar um nome a cada galinha”. O que é mas difícil: cortar o pescoço de uma “galinha qualquer” ou cortar o pescoço da “Juninha”, da “Lola” ou da “Zazá”? 😉
Crie uma reserva de emergência. Esta reserva funciona como um seguro criado por você para ser usado em situações emergenciais. Lembre que emergência é uma situação de “risco de morte”: um problema de saúde, um reparo emergencial ou a substituição de um eletrodoméstico importante. Qualquer outra coisa, não é emergência!
Cuidado com o uso do cartão de crédito e financiamentos. Se acumular muitas parcelas, isso pode comprometer uma porção importante da sua renda mensal e poderia não conseguir pagar todas as contas.
Eduque-se financeiramente. É muito importante você se informar de como funcionam as diferentes ferramentas financeiras (cartão de crédito, financiamentos, cheque especial, empréstimos, crediários) e dos desafios comportamentais associados a essas ferramentas.
Quando lidamos com o dinheiro, controlar nosso cérebro é o maior desafio. Visite o “Blog do BEM” e saiba como enfrentar os desafios financeiros de seu dia a dia.
SEU BEM-ESTAR FINANCEIRO É O NOSSO PLANO!
[1] Dan Ariely e Jeff Kreisler – A psicologia do dinheiro (Editora Sextante)
--- Silvio Bianchi é Pós-graduado em Educação e Coaching Financeiro, Contador Público, Master Coach, Coach Financeiro, Treinador e Palestrante. Cofundador de BEM Financeiro – Desenvolvimento em Finanças, responsável pelo escritório em São José dos Campos - SP (Vale do Paraíba).
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