Infelizmente o nível de endividamento das famílias brasileiras vem aumentando mês a mês. Isto tem reflexo direto de uma junção de fatores ruins da economia, dos quais podemos destacar: inflação elevada, alto índice de desemprego e redução dos estímulos sociais. E somado a isto, podemos destacar também a falta de educação financeira em nossa população.
E quando o endividamento chega, na maioria dos casos, as pessoas não tomam as melhores ações para negociar estas dívidas. Invariavelmente os endividados não param e analisam a situação, começam a negociar os débitos fazendo novas dívidas e isto acaba se tornando a famosa “bola de neve”.
Mas para evitar que os débitos se estendam como se não tivesse um fim, vamos aos passos para negociar bem as dívidas.
1. Faça um levantamento da situação financeira atual e até onde pode assumir novos compromissos.
- Sempre ter em mente que para negociar com bancos e instituições financeiras é preciso manter o controle emocional, a determinação, o foco e ter uma estratégia definida.
Nem sempre é fácil manter o controle emocional quanto estamos num emaranhado de dívidas. A pressão pode ficar muito forte e fazer com que as pessoas tomem decisões baseadas na emoção e não na razão.
Se você estiver nesta situação, solicitar ajuda de uma pessoa de fora, pode ser uma boa opção para construir uma estratégia assertiva para resolver o problema.
- É fundamental não assumir responsabilidades que não possa cumprir.
Verifique no seu orçamento qual a disponibilidade de valor máximo com o qual poderá se comprometer para o pagamento de prestações mensais. Outra opção seria economizar este valor para uma negociação no futuro, apresentando uma proposta para a quitação integral dos débitos, com possíveis descontos.
- Depois faça uma lista de todos os credores que possui e dos valores atualizados que precisam ser pagos a cada um. E verifique a taxa de juros cobrada em cada uma destas dívidas.
Neste caso de possuir vários débitos e a opção for parcelas, lembre-se que a soma das parcelas das dívidas tem que caber no seu orçamento, durante a negociação.
- Estude seus direitos. Sim o devedor também tem seus direitos. Para ajudar, gravei um vídeo no YouTube falando sobre 9 direitos dos devedores. Segue o link para a sua visualização: https://www.youtube.com/watch?v=mttZhTwVs6k&t=12s
A lei brasileira permite apenas o comprometimento de 30% da renda líquida da pessoa para pagamento de dívidas. Desta maneira, se o devedor tem uma renda de R$ 4.000,00, já realizados os descontos obrigatórios de INSS e IR, portanto, somente R$ 1.200,00 (30% da renda) podem ser utilizados para o pagamento de dívidas. Se o pagamento de todas as dívidas ultrapassar a disponibilidade legal, é melhor iniciar uma reserva financeira dos valores correspondentes a este percentual e aguarde a oportunidade de realizar bons acordos com os recursos poupados.
Se os credores concedem empréstimos acima de capacidade de pagamento de uma pessoa, a operação estará em conflito com a norma legal, com limite de 30%. Portanto, não podem obrigar ninguém a pagar mais do que a lei determina.
2. Não faça a primeira oferta de renegociação.
- Sempre espere a instituição financeira fazer a primeira oferta, pois poderá receber uma proposta melhor do que faria e poderá ainda negociar maiores descontos. Caso isto não seja possível, faça uma oferta mais baixa para ter margem para começar a negociar.
- Solicite a discriminação dos valores devidos. Geralmente os credores não fornecem estas informações e isto se trata de um direito legal que o devedor possui.
3. Saiba o que pode acontecer e até onde os credores podem chegar.
- Na maioria dos empréstimos praticados, pouca coisa estará em risco, mas é importante ter consciência disto. Assim, não terá que se preocupar com ameaças infundadas. E se estas ameaças passarem dos limites, faça provas das mesmas, para ser utilizadas em futuras ações indenizatórias.
4. Quais documentos você deve ter acesso?
Para uma negociação ser realizada em conformidade e respeito aos direitos previstos em lei, seguem três tipos de documentos necessários:
- Contrato de origem das dívidas: contrato de empréstimo, financiamento etc. Na falta destes, solicite um resumo contendo as principais informações: prazo, valor financiado e taxa de juros.
- Planilha de evolução das dívidas – PED: com o discriminativo da dívida (valor original, parcelas pagas e devidas, juros, multas, demais taxas incidentes) apontando o valor inicial e o final.
- Certidões do SPC e Serasa: estas certidões permitem verificar a existência, ou não, de anotações nestes cadastros restritivos.
Lembre-se que, é fundamental conhecer toda a extensão do problema para avaliar a situação e traçar uma estratégia de recuperação.
Este assunto é amplo e não pode ser esgotado neste artigo. Em muitos casos é importante consultar um advogado para ter os seus direitos plenamente respeitados.
Se estiver a muito tempo na situação de endividamento e não está conseguindo enxergar um caminho para resolver a situação, estamos à disposição para ajudar no seu planejamento financeiro para criarmos uma estratégia assertiva para solucionar está questão de endividamento o mais rápido possível. Entre em contato conosco. O seu BEM é o nosso plano.
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Edward Claudio Júnior é Pós-graduado em Educação Financeira, Coach Financeiro, Palestrante e Treinador Comportamental. Cofundador do BEM Financeiro – Desenvolvimento em Finanças, responsável pelo escritório em São Paulo.
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